Diversas instituições, associações, universidades e militantes estiveram na tarde de ontem no Assentamento Cícero Guedes, na localidade de Cambahyba, em Campos, onde foi instaurado o Memorial Cambahyba Ditadura Nunca Mais, que homenageia os doze presos políticos que foram mortos durante o regime militar e tiveram seus corpos incinerados nos fornos da antiga usina de Cambahyba.
O ato que contou com representante do Ministério dos Direitos Humanos, dirigentes nacionais do Movimentos dos Sem Terra (MST) e da deputada estadual Marina Silva, começou dentro do acampamento e terminou com uma caminhada até os fornos da usina. A ideia é que todo o complexo seja desapropriado para que se torne um memorial dessas vítimas. Até agora 12 corpos foram identificados por confissão de crime: Ana Rosa Kucinski Silva, Armando Teixeira Frutuoso, David Capistrano, Eduardo Collier Filho, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, João Batista Rita Pereda, João Massena Melo, Joaquim Pires Cerveira, José Roman, Luiz Inácio Maranhão Filho, Thomáz Antônio da Silva Meirelles Neto, Wilson Silva.
A deputada estadual Marina do MST, participou da instauração do memorial e destacou a luta das famílias enlutadas e do fortalecimento da democracia. “Esse momento que estamos vivendo hoje, eu vejo como uma reparação do Estado com a classe trabalhadora. É um momento de fortalecimento dos espaços democráticos. É um momento de valorizar e resgatar a memória e a resistência dos trabalhadores e militantes que foram incinerados aqui em Cambahyba. É um momento de muita emoção”, destacou a deputada.